sexta-feira, 29 de abril de 2011

XXIX

a meio da tarde o dia começou a ficar cinzento [e no comboio em que transcrevo os gatafunhos das palavras [escritas na esplanada de um café em frente a são bento] no comboio, fresco]. no início da tarde até estava agradável, apesar de um tempo de trovoada [a meio do caminho eis a chuva]. e quando falo que o dia estava cinzento, não se trata de uma metáfora, pragmática ou abstracta, apesar do que poderá vir no futuro destas linhas. hoje fui ao porto em serviço na busca de documentação para o roteiro republicano de vila nova. não só completar a busca, como igualmente recolher a documentação já investigada e digitalizada. do roteiro, já se pode adivinhar a minha tarefa: fiquei com a imprensa, a literatura e a cultura. [Estou com imensa curiosidade de ver o material] [já em casa, depois do jantar, vi, e não gostei, muito mal digitalizada e fiquei com a impresão que ainda falta muita documentação, amanhã confirmo nas calmas, entre a sesta e a leitura]. mas não sei porquê, apeteceu-me ir ao guarany tomar café e beber uma água fresca para retemperar as forças. antes do guarany, o magestic, só que a esplanada estava repleta. não tinha hipótese em ficar. a intenção [tal como o fiz no guarany, sem tirar fotografias] era parar um pouco e tirar umas fotos [nem no magestic nem no guarany] e pasar os olhos pelos dois livros novos. não deu. desci e fui parar ao guarany. mas hoje fiquei saudoso [nostálgico] de um fi-de-semana já passado, com uma amiga no porto. e, às vezes, mutuamente por idiotices, incompreensões, talvez depois de indiferenças, más compreensões do que se diz, ou então ainda por um estúpido orgulho, a vida lá continua, em companhia ou com companhia amorosa. [amorosa?! talvez sim, talvez não!] [desejo?!] a vida do mundo, o mundo na vida. mas a minha primeira paragem foi na latina e lá tinha o livro de manuel gusmão "tatuagem & palimpsesto". numa [leitura de relance, aquela que se chama de vertical] a aventura da crítica literária promete, neste caso me roda da poesia. ganhou recentemente o prémio de ensaio eduardo prado coelho instituído pela câmara municipal de vila nova de famalicão e a associação portuguesa de escritores. na minha frente, a vida no mundo. o porto está cheio de turistas e nada de portuenses. também comprei de vitor bento "economia, moral e política" folheio o breve capítulo intitulado a crise de valores. e noto que há [o falso argumento] um consenso generalizado , de que é devido há falta das referências religiosas que existe essa mesma crise. puro engano. não se trata só da falta das referências religiosas. [elas até existem em demasia, podem é estar deturpadas!] os valores estão ao contrário na própria sociedade em completa transformação há já alguns anos. o que hoje é, amnhã, ou daqui a cinco minutos, já não é. o que se deve dizer, não se diz. vivemos numa sociedade paradozal [que se busca cada vez mais a si própria] e de exageros. isto é um breve apontamento [nota final: a fotografia que coloco do porto é de um outro tempo, que não este].

Sem comentários:

Enviar um comentário