domingo, 10 de abril de 2011

XXII


apontamentos ontológicos. pretendo referenciar aqui o seguinte: se nós nos ouvirmos (o "nós" é global", não apenas o nosso), se soubermos escutar, vivenciar os problemas desta existência às vezes sem nexo, permanetemente haverá um questionamento não só com a nossa interioridade mais profunda, onde mais ninguém toca [talvez alguém], e chega, surgirá então toda a nossa nudez humana [com os outros e perante os outros]; e quando moisés foi interpelado por deus, descalçou-se, tornando-se ele próprio na sua interioridade com o invisível,a verdade do humano, da sua e da nossa verdade, [da do mundo]. a simbologia dos pés descalços tem a ver, enquanto imagem simbólica, com o caminho e a viagem do humano para atingir a possível verdade [nas várias verdades], a sua no mundo, a nossa no mundo, nos dois mundos [um real outro ficcional]. atinge esta harmoniosa caminhada o viajante não pela razão, na medida em que os problemas essenciais da vida humana a razão não consegue clarificar, desnudar, mas, isso sim, pela sua inteoriodade, pelo nú[deza] de si própria, pela nosa nudez sem máscara [utopia] para estarmos connosco e com os outros. falta referenciar, edificar o que deus na sua luz incandescente disse a moisés: "eu sou o que sou". somos o que somos simplesmente. eis a grande metáfora do humano, outra, cheia de máscaras, de enganos. ninguém é aquilo que é. [tenta-se ser o que se pretende ser].

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