segunda-feira, 11 de abril de 2011

XXIV


numa altura em que o benfica uma vez mais cedeu e o f. c. do porto vai de vento em popa e já consagrado campeão desta época, e aproximando-se a colecção não-nobel do público com scott fitzgerald "terna é a noite", folheio o mesmo jornal que abre logo na sua primeira página com o congresso do último fim-de-semana do partido socialista em matosinhos. durante o mesmo fim-de-semana, lá ía acompanhando aos poucos o mesmo congresso, ou na rtpn ou nas notícias das oito. o que fica do país do real é a questão do jornalista a um cidadão, já não me lembro da localidade, que veio naquelas caravanas de autocarros, e que foi esta: o que acha da vinda do fmi? responde o cidadão, Sei lá o que isso é! se esta não foi a resposta, está parecida. se, por um lado, o discurso de sócrates no encerramento do ciongresso revela o seu discurso de optimização perante si próprio, pior que salazar não poderíamos ter encontrado melhor nestes tempos de democracia, portugal idêntico a si próprio e só consigo próprio, longe do país do real, foi o discurso, uma vez mais, da vitimazação: o culpado não é ele ou o partido socialista, os outros, os da esquerda e da direita, compreenda-s, o psd, pela não concretização do famoso pec4 e da consequente dissolvência da assembleia da república e do parlamento. o discurso de passos coelho, dizem os socialistas, neo-liberal, estamos perante um psd neo-liberal, acaba por não convencer. falta estratégia, a coerência. não é com um discurso demagógico, sócrates aqui vence passos coelho, tipo se o partido socialista ganhar as próximas eleições o país afundar-se-á, jungando passos coelho que isto não pode ser possível. tudo está em aberto e num passado recente os portugueses já deram exemplos fantásticos, caso de felgueiras e de isaltino. não é com um discurso tipo, eles, os socialistas, é que não se compremeteram com o acordado. entre a verdade e a mentira de uns e de outros, fica simplesmente o discurso real, a simulação social. pior que a demência social (a pobreza ou o desemprego), é a demência mental e de instrução, de conhecimento. não devem faltar mais exemplos por este país fora do exemplar cidadão socialista. mas o que fica definitivamente por rastos é o discurso da cidadania de fernando nobre que alcançou prestígio nas últimas eleições presidenciais, ficando sem sentido. o partido socialista piscou-lhe o olho, assim como o psd. ganhou o psd nas piscadelas a fernando nobre. a coerência e o carácter entre o que se afirma e o que se faz está patente no exemplo de nobre, que pretendeu a plena cidadania da ética. falhou simplesmente. ficamos por aqui

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