segunda-feira, 4 de julho de 2011

LI do dia




para o dr. manuel sá marques












bom, hoje tive uma agradável surpresa do meu caro amigo dr. manuel sá marques ao abrir o correio electrónico: lá tinha uma recordação sua, nada mais do que uma caricatura de castelao realizada por cebreiro e a estátua do autor "sempre em galiza" na cidade de pontevedra. aqui reproduzo. sempre amável para comigo, o dr. manuel sá marques enche-me assim de amabilidades surpreendentes, acima de tudo quando vou a lisboa, pela sua inestimável companhia, assim como também vem até a famalicão, às actividades do museu bernardino machado, sempre preocupado comigo. e depois as suas inestimáveis ofertas! e hoje, que até tive a amabilidade de falar com o dr. sá marques, lá me contou que já fez a romagem à casa de castelao. não perde tempo! estamos perante a perspectiva aristotélica da amizade, a amizade por excelência, descomprometida, sem interesses, revelando-se no ideal de partilha, intelectuais e humanas. e por falar em actividades intelectuais, encontrei no espólio do museu, no seu respectivo arquivo de imprensa, dois textos, um de júlião quintinha e que se chama "a influência dos intelectuais no advento do regime republicano" (publicado em "O Primeiro de Janeiro", de 24 de outubro de 1951). neste último, como não podia deixar de ser, se faz referência a bernardino machado. a surpresa para o dr. sá marques está simplesmente num texto de bernardino machado publicado no jornal "república"em 28 de março de 1968 e que se chama "um político", texto clarividente sobre o que será, e deveria ser, um político, na sua coerência e de ideais em que acredita para o bem comum (http://litfil.blogspot.com) Numa altura em que a incoerência política, entre o que se afirma antes e pós-eleições, é uma realidade total em portugal, sem uma visão para o futuro do país, o texto de bernardino machado é fundamental para entendermos o papel dos políticos na sociedade, numa época em que temos um, nas palavras de boaventura sousa santos, défice histórico na formação das elites políticas, originando assim uma crise no plano político-cultural.




castelao visto por cebreiro




estátua de castelao em pontevedra



a reviste "ler", com que abre o blog de hoje, melhor, o que mais me chamou a atenção, informa os leitores do "dossier" dos livros indispensáveis para as férias. o título escolhido é provocador e sugere um atentado à liberdade de escolha: "24 livros sem desculpas para não ler nas férias". como leitor, a leitura parte graciosamente da interioridade do humana e deve ser incentivada. a leitura não é um acto ditatorial, é um acto de escolha e, se assim o for, de orientação apetecível para as viagens de sonho enquanto somos leitores. o escrevente destas linhas é contra todas as formas ditatoriais, da mais simples à complexa. se o título é provocador, condena-se a provocação. e depois diz-me a experiência que quantos mais livros se leva para fértias, acaba-se por se não ler nenhum. há tempo para a leitura, há tempo para o descanso, há tempo para escrever, há tempo para conviver, há tempo para amar. mas do que a revista seleccionou gostei´de ver títulos como "a montanha mágica", "doutor fausto", "sinais de fogo", "berlim alexanderplatz", "debaixo do vulcão" e o "quarteto de alexandria". estes livros, não são livros para férias: são livros de leitura durante o ano. o título é que falhou. mesmo para férias, as escolhas leitorais devem ser pedagógicas.




casa de castelao, imagem retirada da net




o que falha igualmente en portugal é a inovação, a reestruturação, a renovãção dos serviços. neste caso, falo do facto da cp pretender acabar com a linha internacional porto-vigo. em vez de renovar, fecha-se! portugal afasta-se cada vez mais e desmesuradamente da galiza, sem nexo, e hoje não há necessidade para que tal afastamento aconteça. uma triste realidade.







Sem comentários:

Enviar um comentário