Ao folhear ontem o jornal "Público", o P2 trazia um pensamento de John Lennon, do qual transcrevo o último parágrafo. "Conta a tua vida pelos sorrisos, e não pelas lágrimas." e se o chorar. diz-se, faz bem, as lágrimas fazem bem, elas também não nos trazem nenhuma solução perante a própria vida. Compreende-se, claro, a intenção de lennon, mas os sorrisos e as lágrimas fazem parte da vida, da integridade do ser humano como ser humano em si mesmo e, às vezes, as lágrimas vencem os sorrisos. as lágrimas e os sorrisos fazem parte da vida. claro. recordar os bons momentos e não os maus momentos, eis os tabus da sociedade. o melhor será recordar os maus momentos e nos livrar.nos deles para assim os sorrisos e os bons momentos serem mais leves de serem apreciados. mas o mau momento do dia que o jornal coloca em notícia e em editorial, é o facto deste ano não se comemorar o 25 de abril, cuja simbologia fica para segundo plano. Numo momento de crise política, económica e moral, a simbologia de abril deveria ser comemorada na assembleia, mesmo esta estando dissovida, apenas e simplesmente mostrando o vazio social e político. e, até mesmo, moral. uma vez mais, abril será, sem sombra de dúvidas, comemorado nos municípios portugueses, para que a memória histórica não caia e nnão crie um vazio ideológico, até porque a reconversão ideológica é necessária para a reconstrução de portugal.
quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
XVI
momentos de um aniversário, o 160.º de bernardino machado, no museu com o seu mesmo nome, em vila nova de famalicão. claro, com um abraço de fraterna amizade para com o dr. manuel sá marques
O Dr. Sá Marques, atento ao seu texto, que já introduziu no seu blog, em viagem até Lisboa, na memória do seu avô, Bernardino Machado.
O Dr. Sá Marques, sempre atento e pronto com a sua máquina fotográfica. Não perde um momento!
O Dr. Sá Marques, a esposa D. Vitória Maria e a Paula Lamego, a revisitarem fotografias de família dos Machados
O Dr. Sá Marques a tirar mais uma fotografia a sua esposa e à Paula Lamego, estando por trás o busto de Bernardino Machado de Dorita Castel Branco, escultora amiga da família Sá Marques, e busto doado pela família
O nosso editor das Obras de Bernardino Machado, o sr. Rui Magalhães e Paula Lamego
domingo, 27 de março de 2011
XIV
para a rosa, assim com jeito e sem jeito, estes versos de ricardo reis
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. / Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos / Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. / (Enlacemos as mãos). / [...] / Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, / Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias, / Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro / Ouvindo correr o rio e vendo-o.
XIII
Eis o humano do romantismo: fenómenos do afecto, expressão esta, entre outras, grata de Camilo. Pode ler-se no Santo da Montanha. Não temos apenas paixões ficcionadas - isto era o que se imaginava na imaturidade. O que temos nas suas novelas é o humano, é a vida com todas as suas contrariedades, com os seus altos e baixos. Simplesmente a vida. Esta é a verdade dos dois mundos. Para além disso, tudo é mentira, máscara. Na continuidade do XI e XII.
XII
Cada vez mais me convenço que a literatura que perdura, a ficção que perdura, é aquela que transmuta a violência do humano, com todas as suas metamorfoses implícitas. Para sermos, ser, mais suaves, uma violência passiva que é activa, o mundo possível da ficção, passiva na medida em que representa a nossa face, o nosso rosto. Activa, na medida em que representa nessa idealidade ficcional as revoluções da interioridade, convulsões únicas que fazem o mundo, o nosso, não outro. Nesta perspectiva, considero Camilo mais sublime que Eça. Para a renovação dos estudos camilianos. Tal é necessário. Ora, o que Camilo nos imprime nas suas novelas, nos seus folhetins, nos seus romances é, precisamente, essa violência do amor, essa violência da sensualidade amorosa que ultrapassa todos os tempos do mundo, que transporta o humano para um mundo que não é o dele e que, no fundo, acaba por ser o dele mesmo, ressalvando-se, acima de tudo, uma fenomenologia do amor com todas as suas virtudes e defeitos. As virtudes e o defeito do humano. O que Camilo nos propões não é a questão da felicidade: esta é um meio para aquilo que denomino a fenomenologia do amor. O humano, sempre o humano, as suas atitudes comportamentais. Para uma filosofia do sentimento, nas palavras de Paul Ricouer. Sem lamechices. Depois, Camilo é um mono-língua. Fidelizou-se ao seu princípio de uma mono-língua, que é sua, que é a nossa. Eça, por seu turno, é tri-língua, a sua (a de origem), a inglesa e a francesa. Triplicou-se. Camilo não. Camilo multiplicou-se, transmutou-se linguisticamente nas personagens que criou. Recriou dois mundos: o da sua interioridade e o da sua exterioridade. Exemplo, o céptico, o estóico e o epicurista Guilherme do Amaral. Também Pigmalião, porque não? Acima de tudo Pigmalião. Aliás, Camilo, ele próprio, na introdução apologética para a sua Divindade de Jesus, acaba por nos dizer duas coisas interessantes, das quais os camilianistas pouco ou nada dizem: i) "Contava com a graça divina para lutar e vencer, vencer-me a mim, o mais inexorável inimigo que ainda tive."; ii) "a fugir de mim próprio", isto é, quando Camilo se instaurava fora dessa graça divina fugia de si próprio. Entre uma interioridade inimizada consigo próprio e uma fuga interiorizada, o nosso autor transporta-se para a sua criação, nas personagens por ele idealizadas. Na continuidade do XI.
XI
quando amamos, quando somos amados, ou quando supostamente imaginamos e sonhamos que amados somos, atingimos a eternidade. O amor é, por si só, a eternidade da excelência, a perenidade do quanto o humano tem de melhor para oferecer às gerações futuras. É tudo uma questão. Nesta questão temporal, o escritor renomeia para idealizar um mundo cada vez mais humano. A eternidade do mundo é o amor, nada mais.
sexta-feira, 25 de março de 2011
X portugal
quinta-feira, 24 de março de 2011
dedicatória surrealista
renovo apenas o dizer de cesariny para os dias da semana, circulares e bipolares, assim, com jeito e sem jeito, para a rosa, com estes versos de mário henrique leiria: "qualquer distância / entre tu e eu / é a única magnífica existência / do nosso amor que se devora sorrindo". e acrescento, alterando também, não se devora, mas sim como uma escada que vai subindo e sorrindo, no aconchego do sonho até a um possível real, entre dias coloridos e cinzentos, abertos e fechados, e de linha directa e assim sem jeito...
sábado, 19 de março de 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)