segunda-feira, 1 de agosto de 2011

LXIII

"Grandes são os desertos, e tudo é deserto."






Álvaro de Campos






a questão é: o que é o deserto, se é grande e tudo é deserto? provavelmente nós mesmos, o ser humano com todas as suas virtudes e defeitos, despoletam mais os defeitos que as virtudes no deserto da interioridade, grande e pequena a interioridade, na sua riqueza e grandeza, na sua pequeneza e pobreza de ser, simplesmente, de sermos simplesmente humanos. assim sem jeito. não há coerência na cegueira. incoerência no que se diz quando não se ouve o outro, procura-se o fio à meada e já não há fio de meada nenhum que se salva porque não se encontra, há quem também não queira ver esse mesmo fio à meada, não interessa, incoerência até na fronteira na falta de respeito, a linha fronteiriça é ultrapassada, ah, insultos, cheio, exausto, a cegueira. amar não é cegueira, amar não é egoísmo, ai, amar, e amar em entrega profunda de sensação outra, onde o mundo vive em nós, e nos faz viver nele, cansado. explica-se e nada... refugio-me no pensador de rodin em busca de resposta... deserto, desertos... momentos finitos, ah o infinito...

Sem comentários:

Enviar um comentário